O primeiro turno do Campeonato Brasileiro se foi. Junto com ele, houve a pausa de um mês durante a Copa do Mundo. Tivemos muita coisa rolando nos campos brasileiros e esse vai ser o objetivo do post. Vamos dar uma geral no campeonato durante sua primeira parte. Vai ser difícil falar de tudo com o máximo detalhe, mas falaremos dos pontos mais importantes.
Briga pelo G4
Se passaram 19 rodadas e podemos ver quem vai brigar para terminar entre os quatro melhores. Os times mais poderosos do campeonato são:
Cruzeiro: líder e o grande candidato ao título. Exemplo de como deve jogar os pontos corridos. Grande elenco, boa comissão técnica e continuidade de um trabalho que já vem do ano passado. Tem os artilheiros do campeonato (Moreno e Ricardo Goulart). Faz uma campanha impecável em casa. Se vencer os confrontos diretos no segundo turno, fica com a taça.
São Paulo: o “Robin Hood” da competição. Consegue arrancar pontos dos concorrentes ao título, mas vacilou contra times menores. Já tirou pontos de Cruzeiro, Internacional, Atlético MG, Grêmio e Corinthians. Mas já perdeu pontos para Chapecoense, Figueirense, Goiás e Criciúma. Muricy parece ter acertado o time com o quarteto ofensivo com Kaká, Ganso, Pato e Kardec. Se o time não tropeçar com os mais fracos, pode desbancar o Cruzeiro.
Internacional: o time parecia que estava embalado e ficaria colado com o líder, mas perdeu alguns jogos inexplicáveis, como o último contra o Figueirense, mas acumulou muitos pontos para ficar na parte de cima da tabela. O grande trunfo do Inter é a dupla D’Alessando e Aránguiz, que com eles em campo, o aproveitamento é acima de 70% de aproveitamento. Se conseguir uma consistência no torneio, se mantém na zona de Libertadores.
Corinthians: um dos times que menos perde na competição, mas também empata muito. São nove empates. Um campanha que pode garantir o G4, mas não o título. Mais uma vez o time tem uma boa defesa e muito consistente, mas o ataque ainda não produz o esperado. Muito pela indecisão dos jogadores que atuam no meio. Jadson e Renato Augusto são irregulares e Lodeiro chegou com o bonde andando. Para realmente lutar pelo caneco, o ataque deve ser mais efetivo e também usar mais o fator casa, porque foram 5 jogos sem ganhar como mandante.
Fluminense: outro time que começou muito bem e mostrando um bom futebol na primeira parte do turno, mas passou por uma fase ruim que o derrubou um pouco. Acumulou pontos e termina o primeiro turno em quinto. Se jogar o ótimo futebol que mostrou nas primeira rodadas, consegue entrar no G4 e não sair. E claro, resolver problemas com diretoria e torcida.
Quem corre por fora: Atlético MG, que demorou para engrenar no campeonato mas está a três pontos da zona da Libertadores. Grêmio, que passou por uma mudança de treinadores e conta com o ídolo Felipão. Não é a cara do ex-treinador da seleção os pontos corridos, mas pode acertar o time.
Briga para fugir do rebaixamento
Vitória: terminou na lanterna do campeonato. Um time fraco que teve um péssimo aproveitamento dentro de casa. Muitos falam e podem estar corretos: com um bom gramado, um time que é fraco tecnicamente não aproveita e quem vem de fora aproveita. O time tem que fazer pelo menos 50% de aproveitamento para fugir dessa situação.
Bahia: outro time da boa terra que está péssima fase. Também muito limitado e parece que não utiliza a bela arena que tem a sua disposição. O ataque é muito fraco e não consegue decidir a favor. Não é toa que tem acumulado muitos empates em 0 a 0 e 1 a 1. Jogar de maneira segura é a melhor maneira de sair dessa situação (zaga bem postada e ataque eficiente).
Coritiba: boa parte do turno não contou com seu principal atleta: Alex, lesionado. Mas mesmo assim, o time não esta conseguindo fazer boa campanha. Zé Love consegue marcar gols e ajudar a equipe, mas a defesa não ajuda. O time só venceu um jogo contra os candidatos diretos ao rebaixamento: Vitória. O time precisa se acertar na defesa e contar com uma boa fase de Alex e Zé Love.
Criciúma: uma das torcidas mais apaixonadas do campeonato não está conseguindo tirar o time de uma situação ruim. Elenco muito limitado, prova disso é que um dos melhor jogadores é o Paulo Baier, que não faz três partidas em sequência pela sua idade. Deve acertar a maneira de jogar, com um pensamento: “primeiro, não perder e depois pensar em vencer”.
Palmeiras: em pleno ano do centenário o time tem que passar por essa situação. Até empolgou o torcedor no início do campeonato quando passou algumas rodadas no G4, mas ficou 10 partidas sem vencer e passou rodada na lanterna. Um elenco super limitado, mas tem algumas qualidades. Sofreu com um técnico estrangeiro que não se adaptou e deixou muitos argentinos no elenco. Deve se apoiar a torcida e jogar para pontuar toda rodada se não quiser sofrer com mais um rebaixamento.
Chapecoense: outro time que é recém chegado na série A e sofre com um orçamento baixo. É o time mais organizado dos que lutam para não cair, mais pontua pouco fora de casa. Sabe fazer um bom jogo em casa e roubar pontos fora, só precisar aplicar as estratégias com mais freqüência.
Correndo por fora para não cair: Botafogo, que sofre com problemas financeiros e joga com muita vontade em campo. Goiás, que é um time limitado, mas soube juntar pontos para ficar mais no meio da tabela. Se vacilar vai cair para o Z4.
Troca de técnicos
Mudança de treinador não é segredo para ninguém que acompanha o futebol brasileiro. Mas nesse ano temos que destacar a mudança de treinadores.
Primeiramente, temos que informar que dos vinte times que jogam a primeira divisão, dezesseis já trocaram de técnico. Apenas os quatro times do G4 ainda não demitiram seus treinadores.
Outro ponto que temos que destacar é: a tentativa de implantar o técnico estrangeiro. Ricardo Gareca chegou mas teve grandes problemas para acertar o fraco elenco do Palmeiras. Só durou 13 rodadas e com um aproveitamento de 33%.
Tomara que essa péssima experiência não afaste outros técnicos argentinos, chilenos, paraguaios ou uruguaios do futebol verde e amarelo. Nossos técnicos são fracos e devem ser reciclados. Prova disso que as grandes ligas não buscam os brasileiros para treinarem os times.
Baixo nível técnico
Quem assiste os jogo na televisão ou escuta na rádio e também está de olho nas redes sociais, percebe que a qualidade técnica dos jogos estão baixos e muita gente reclama.
Para comprovar essa afirmação temos o dado que esse é o campeonato nacional com pior média de gols em 24 anos. Os artilheiros do campeonato: Ricardo Goulart e Moreno, juntos, têm 19 gols, mais do que onze time e igual a um (Botafogo).
Melhores estádios
Graças a Copa do Mundo, temos estádios modernos no campeonato brasileiro. Isso é notado nas melhores condições dos gramados, iluminação e mais conforto. Pena que os jogadores não aproveitam isso e marcam poucos gols. Mas tem algo a ser destacado nisso tudo. A média de público aumentou após a Copa. Mesmo que tenha sido pouca coisa, os brasileiros buscam mais os estádios e menos o sofá.
Com números fica melhor de explicar. A maior média de público antes da Copa do Mundo foi na terceira rodada com 17826 pagantes. Após a Copa a maior média foi na décima nona rodada com 26327 pagantes. Os menores públicos do campeonato foram todos antes da copa e os maiores públicos foram após a Copa, sendo que os maiores públicos foram em estádios da Copa e no Morumbi, maior estádio do estado de São Paulo.
Com a reabertura da Arena da Baixada ao público (suspensão pela briga da torcida na última rodada no campeonato brasileiro do ano passado) a média deve aumentar.
A média ainda é baixa, mas parece que as pessoas estão mudando a mentalidade e frequentando mais os estádios.
Janela de transferências
Todos nós acompanhamos a janela de transferências da Europa e podemos ver que alguns times desembolsaram grandes quantias em dinheiro para reforçarem seus elencos. Mas tem um fator que me chamou a atenção. Os negócios envolvendo brasileiros não foi tão alto como já se foi anos atrás.
Temos dois cenários: o primeiro é que apenas dois jogadores da seleção foram negociados nessa janela (Júlio César e David Luiz) sendo que um deles foi em baixo valor (o arqueiro). O segundo cenário é que poucos jogadores que jogam no brasileirão foram negociados com a Europa. O destino dos jogadores tem sido o mundo árabe. O mais tentador foi proposta do Monaco por Everton Ribeiro por 16 milhões de reais.
Ou a Europa está em crise, que é pouco provável pela grande quantia de dinheiro com outros jogadores, ou a queda da qualidade do jogador brasileiro.
Esse foi um resumo do que houve e até algumas dicas do que os clubes podem fazer para conquistarem seus objetivos no campeonato. Um tema não tratado por ser recorrente em todo campeonato foi a arbitragem. Mas tentamos falar de tudo, se faltou mais alguma coisa, pode comentar.